quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Fé no que virá


Criei este blog em abril de 2010 inspirada em uma frase da Dilma sobre os tucanos. Ela afirmava que eles são "lobos em pele de cordeiro". Na época, eu antevia uma campanha pautada na disputa de valores, fortemente simbólica, que, mais uma vez, confrontaria dois blocos históricos que possuem projetos absolutamente distintos para o país. Contextualizei a construção dessa arena política a partir dos editoriais e de um conjunto de manifestações dos principais articulistas dos jornalões tradicionais. Havia uma clara coordenação nas mensagens da mídia que registrei aqui, em abril, nos posts : "Lobo em Pele de Cordeiro"e "O PIG Mente", "Não Vejo a Verdade, não ouço a verdade e não falo a verdade", "Para o PIG o movimento social é criminoso, babaca e atrasado". Ainda em abril começaram a aparecer os sinais de que a guerra na internet seria suja e pesada. O poema "A implosão da Mentira" de Affonso Romano de Santana é adulterado para atingir Dilma Rousseff. Nassif denuncia a campanha difamatória de Eduardo Graeff na internet.

No discurso de lançamento da sua candidatura, Serra deixa claro que fará uma campanha personalista com forte conteúdo moral e simbólico. Dilma optou por apresentar ao país as transformações promovidas pelo Governo Lula e comparar os resultados obtidos neste Governo e aqueles de FHC. Uma opção pela racionalidade, uma aposta na força das mudanças que alavancaram o Brasil para um novo patamar de desenvolvimento. Essa estratégia deu resultados. A candidata terminou o primeiro turno com chances reais de vitória. Porém, ao conhecermos de fato o escrutínio das urnas, percebemos a força da campanha movida pelo ódio, pelas infâmias que inundavam a rede contra o PT e a candidata. Somado a isso, os dilemas religiosos que negam o enfrentamento de questões seculares como o aborto e a união civil entre homossexuais, construíram uma onda que desagou nas praias de Marina no primeiro turno e, agora, em parte, se transfere para o Serra.
Confrontada com uma campanha baseada na mentira, em boatos e fraudes, ao estilo udenista, Dilma reagiu dialogando com os religiosos e conclamando a sociedade para um movimento em prol da democracia e dos valores de liberdade, diversidade e solidariedade que sempre orientaram o Brasil. Somos exemplo para o mundo de convivência pacífica entre culturas, religiões e etnias diversas e não podemos abdicar desse patrimônio, ao contrário, devemos aprofundar a carta dos direitos humanos no nosso país.

Hoje, neste segundo turno das eleições presidenciais, apoios institucionais, individuais, de todas as matizes políticas e ideológicas, se manifestaram em apoio a Dilma e na defesa da continuidade do Projeto iniciado pelo Presidente Lula. Vou registrar neste blog, os diversos apoios e a unidade que se revelou em torno desse Projeto. Espero que o Governo Dilma possa aproveitar essa enorme sinergia para levar o país à condição de nação desenvolvida, eliminando a pobreza e reduzindo as desigualdades de forma consistente nos próximos anos.

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